quinta-feira, 18 de abril de 2013

Mãe órfã


Oi Diário, o dia hoje foi meio nostálgico, logo de manhã recebi a notícia que mais um anjo guerreiro partiu... Uma amiguinha de Aninha que também lutou muito e que estava com o quadro clínico neurológico bem estabilizado, frequentava escolinha regular, e estava respondendo bem ao tratamento (cirurgias) para hidrocefalia. Sabe, é bem difícil quando uma mãe próxima de nós perde seu filho, não foi a primeira e nem será a última, vivemos assim lidando com a morte o tempo todo mas quando ela se concretiza é de partir a alma, é como se fosse um recado dizendo: _Prepare-se pode acontecer com você a qualquer momento, mães normais não lidam com a questão da morte porque os filhos exalam saúde, mas para nós mães especiais a morte faz parte do nosso pensamento ela nos assombra a noite em pesadelos e as vezes me pego pensando: Como vai ser? Quando será? Saberei (sobre)viver? Por mais que as atribulações  e compromissos do cotidiano me deixe sempre ocupada e tentando esperar sempre o melhor, quando a morte vem ela não tem piedade e eu sempre  me coloco no lugar das mães, imagino a dor, o sofrimento de ver o seu bem mais precioso partir de uma hora para outra. Não deve existir dor maior, procuro afastar esses pensamentos pois não posso surtar antes da hora, na certeza que meu anjo luta para adiar todos os dias essa hora, ridicularizando diagnósticos médicos e surpreendendo até os mais céticos.  Acredito que só acontece a partida quando a missão foi definitivamente cumprida, mas que dor! Imaginar é uma coisa sentir é outra.

Para a morte de um filho não há cura, tratamento, nem alívio para a dor. A morte de um filho faz sofrer o coração até o fim. Fim que não chega nunca. Morre-se um pouco todos os dias. Enlouquece-se de dor, sem se perder a razão. Devia-se sempre o filho enterrar sua mãe bem velhinha com a vida já bem vivida, e não a mãe enterrar seu filho é contra a lei da natureza!
Dizem que mãe não deveria chorar a morte do filho, mas a dor desta perda é um pranto sem lágrimas, um lamento silencioso, um vazio enorme.
Um verso de Chico Buarque diz que “a saudade é arrumar o quarto/ do filho que já morreu”.
Mas essa não é a maior dor. A saudade do filho que já morreu é a dor de todas as dores. Não se pode esconder tal dor, pois, no fundo dos olhos o brilho se apagou, e a lágrima é a dor que transborda, que afoga e sufoca. Impossível não imaginar, não pensar, não sentir todas as vezes que essa mãe se depara com alguma criança que teria a idade dele hoje.. Imaginar como ele estaria.. Vendo ali as outras crianças, com suas famílias, celebrando as festas comemorativas.
E só quem prestar muita atenção perceberá lá no fundo dos olhos, a dor, aquela, maior de todas.
A da mãe-órfã.

Nesse momento convido vocês independentemente da sua religião fazer uma prece, uma oração, vibrar energias para que essa família e essa mãe possam superar essa perca imensurável , dedico também esse post tão cheio de saudade e emoção a todas as mães que me acompanham aqui na página que seus anjinhos ganharam asas e voaram para a eternidade.

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