sábado, 18 de janeiro de 2014

A lã não pesa para o carneiro

Oi gente linda do Diário tudo bem por aí?

Ontem foi dia de terapias, viajamos para fazer os atendimentos, Aninha se comportou muito bem... À tardezinha resolvi sair para levá-la tomar um solzinho, estava um final de tarde bonito, desses fresquinhos, enquanto empurrava Aninha na cadeira mostrando pra ela o pôr do sol, pedindo para que ela sentisse a brisa bater no seu rostinho, fomos interrompidas por uma "discussão" entre mãe e filha que vinham logo atrás de nós.
Mãe: _Você não vai na festa e pronto.
Filha:_Que saco mãe, poxa vida eu vou sim!
Mãe: _ Quem manda sou eu e você está de castigo por não me ajudar em nada, ser mal educada e preguiçosa.
Filha:_Ah, Mãe! (*&*¨&%@)
A Menina continuou xingando a mãe, dizendo palavrões, rolou até ameaças e tapas de ambas as partes.
Elas passaram por nós e continuaram se degladiando.

De imediato, veio em minha mente que aquela menina tem a mesma idade da minha Aninha, e quantas vezes eu pedi para que minha filha fosse uma adolescente chata e rebelde. Mas será que queria mesmo? Minha Aninha jamais vai me enfrentar, nem sequer me decepcionar, só me trará alegrias! O que faltar vamos suprir de outra forma: Com amor e paciência!
Sempre quando viajo na maionese imaginando a Ana sem a deficiência, sofro... mas quando penso que ela será minha para sempre, e que se não fosse sua deficiência jamais seríamos assim... Talvez pudéssemos ser aquela mãe e filha brigando.
Mesmo sabendo que Aninha não tem e não terá o mesmo comportamento das outras pessoas e mocinhas ditas normais, fico orgulhosa porque as crianças especiais estão livre de toda essa maldade que choca a humanidade...

Alegrei-me e agradeci aos céus por ser Mãe especial!

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Culpada ou inocente?

Oi querido Diário!
Hoje acordei culpada... por nada específico, mas por tudo.
Será que mãe é sinônimo de culpa? Tenho me esforçado muito para melhorar a qualidade e vida da Aninha, estamos fazendo fisio em casa... é investi numa bola de pilates, num rolo de feijão e mandando ver... O colchão é excelente... princesa repousa numa cama super confortável fazendo uma suave massagem, a qualidade do sono melhorou, (a minha não) me adptei a dormir pouco... Tivemos até uma conversa séria com o uso da órteses e entramos num acordo, ao menos a dos pés ela vai usar e pronto, as mãos entortaram o neuro passou um relaxante muscular para aliviar os atrofiamentos, fico 24 horas por dia posicionando, corrigindo, mas é impossível! Os ortopedistas sugerem cirurgias corretivas, mas ela está com o quadro neurológico estável e tão contente por não ter mais que "morar" no hospital... Submetê-la a esses processos invasivos me dá um frio na espinha dorsal só de pensar em gesso, talas, centro cirúrgico, anestesia, meses de recuperação e dores...
Aquele famoso "E se...." fica martelando.
Me sinto culpada em sentir cansaço, físico e mental... Culpa por não ter condições de fazer mais (se é que isso é possível)
Vou ao meu extremo todos os dias, e viver no limite é meu lema, é meu jeito...
Peço sabedoria, paciência, força e uma coluna nova! rs
Aninha: Mamãe queria fazer mais! Sinto que tudo o que faço por você é pouco, você me mostra todos os dias que o mais importante a gente tem... Nosso amor! Nossa luta, nossos desafios, nossas alegrias, se não temos tudo o que queremos é porque não nos cabe, ou ainda não é a hora.
E é nessas horas que eu me fortaleço. E, daí, podem vir leões, elefantes, um King Kong: mato todos!

Essa culpa vai me acompanhar, mesmo sabendo que ela não me pertence.

E você? Quais os leões que tem aparecido por aí?