terça-feira, 21 de maio de 2013

Dodói


Eu sei, eu deveria me acostumar em ver você desanimadinha, é... mas não consigo, tenho vontade de pegar essa secreção com minhas mãos para tirá-la de você, queria retirar todo o incômodo da tosse, da febre, da dor...
O estranho de ver você doente é só me animar com a perspectiva de que logo você volte a alegrar toda a casa, como é o seu costume. É assistir tv esperando que uma gargalhada quebre o silêncio. É ter aquela vontade doida de trocar de lugar com você, pois eu saberia lidar bem melhor com a situação. Mas parece que neste nosso mundo real isto não é permitido, infelizmente. Coloco você para dormir comigo e com seu pai, vai que uma febre apareça de repente, ou como essa noite que passamos com você em sua caminha de hospital. . Quero que fique no meu colo para que eu não perca um minuto desta sua respiração
momentaneamente tão tranquila. Também não vou correr: não há endorfina que substitua a minha preocupação.
A sua tosse da madrugada parece o tocar de uma corneta lembrando: “Ah, quem mandou deixar aquele pedaço da janela aberta só porque estava calor?” mesmo que eu tenha certeza que não foi isto que causou o seu amolecimento repentino. Então fico pensando no seu narizinho tão cheio de coriza, que lembra o de tantas outras crianças que precisam do oxigênio contínuo, do aspirador, do ventilador mecânico e neste momento me consolo, pois me sinto menos sozinha nesta minha vida de mãe especial, este grupo de seres de sentimentos tão específicos, que tem uma força enorme, suporta coisas insuportáveis.
Sigo vivendo essa experiência estranhíssima que é sentir a dor dos filhos com mais intensidade que as nossas próprias dores.
Nunca irei me acostumar! Mas sempre irei cuidar de você! Amanhã já estará melhor, os remédios vão fazer efeito e minha borboletinha vai voltar a respirar melhor! Foi mais uma crise de broncoespasmo, mas que minha guerreira está tirando de letra, a febre cedeu e já comecei com os antibióticos e cortisona! Até parece que ela se acostuma melhor que eu, acho que e porque é mais forte que eu.


Vida estranha esta, não?
O bom é que:

Tudo passa...

3 comentários:

  1. Minha querida, que lindo o seu Blog. Cheguei até ele através de um texto seu na piscina de bolinhas, compartilhado por minha amiga Anilza. Amei aquele texto e lendo esse de cima me identifiquei-me tanto com ele, parecia que era eu fazendo todas essas coisas, como de verdade fiz e vivi, com as minhas três filhas. A diferença, eu entendo está no fato de que as minhas cresceram, criaram autonomia. É muito linda a sua relação com a sua princesinha. Você transparece que antes de ser um fardo é um privilégio. bjs Parabéns pela beleza e pela força que emana.

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  2. Nossa!! Muito emocionada e até sem palavras pra descrever minha emoção. A primeira coisa que me vem à cabeça são as reclamações diárias e frequentes que fazemos, quando nossos filhos fazem uma arte, uma pirraça, quando chora à toa, entre outras muitas coisas. E você aí!! Tão forte!! O amor faz coisas inexplicáveis mesmo, nos torna fortes, mesmo quando estamos nos achando fracos. Pessoas fracas não fazem um monte de coisaas que devem ser feitas pra que a felicidade e bem estar do filho seja plena. E mesmo que não consigamos essa plenitude, tentamos, fazemos o possível e o que achamos que em outro tempo seria impossível fazermos. Parabéns pela sua força e seu amor. Muitas mulheres não merecem receber esse presente que eh um filho, porque não cuidam dele como se fosse uma pedra preciosa, como deveriam cuidar! Bjsssss

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